18 de março de 2012

NAVIO NEGREIRO - Tragédia no mar


Poema de Castro Alves, denunciava a miséria a qual eram submetidos os escravos durante a travessia pelo Oceano Atlântico. Apesar de vigorar a Lei  Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico negreiro desde 1850, a prática ainda persistia em 1868, ano do poema. As condições em que eram transportados não eram dignas de nenhum ser humano.
O comércio de humanos enriqueceu as nações europeias no período da colonização da América e da África. Sustentados por ideologias que inferiorizaram os povos nativos destes dois continentes, legitimavam a venda de homens, mulheres e crianças vindas da África para as Américas.

 (...) 'Stamos em pleno mar... abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas
Veleiro brigue corre à flor dos mares
Como roçam na vaga as andorinhas


Donde vem? Aonde vai? das naus errantes
Quem sabe o o rumo se é tão grande o espaço?
Neste Saara os corceis o pó levantam
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Em média, menos da metade dos escravos que embarcavam completavam a viagem com vida. Muitas perdas durante a travessia dos navios pela péssima condição em que eram transportados, sujeitos aos maus tratos, doenças, fome, uma travessia infernal. Embarcados como carga animal nos porões dos navios, viajavam acorrentados e como o espaço era pequeno para a quantidade de escravos, se revezavam, quem ficava em pé e quem sentava no chão. Chicotes, correntes, castigos eram práticas constantes durante a viagem. Uma forma de dominar o grupo e simbolicamente mostrar quem estava no comando

(...) Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar


Negras mulheres suspendendo às tetas
Magras crianças cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães.
Outras moças mas nuas e espantadas
No turbilhão de espectros arrastadas
Em ânsia e mágoas vãs.

Nos porões dos navios não existiam banheiros, nenhuma condição de higiene. A comida era jogada uma ou duas vezes por dia para que pudessem se alimentar. As fezes e a urina eram feitas no mesmo lugar onde eram acorrentados, como consequência a proliferação de doenças era muito comum, e a morte era certa. Como a quantidade de pessoas era muito grande, os corpos podiam até passar horas ou até dias no porão, antes de ser jogado no mar. Estrategicamente, os traficantes amontoavam grande número de escravos já prevendo as perdas e garantindo seu lucro.

Existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nesta festa
Em manto impuro de bacante fria!..
Meu Deus, meu Deus! Mas que bandeira é esta?
Que impudente da gávea tripudia?


Silêncio. Musa ...chora e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto
Auriverde pendão de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balança
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança (...)


A história da escravidão revela uma história de exploração e subjugação de povos e nações que não se enquadravam no modelo civilizatório e econômico da modernidade. Pessoas humanas foram violentadas no seu direito de liberdade, açoitadas, espancadas em sua dignidade, arrastadas para a miséria e exclusão sócio-econômica. No Brasil, os povos africanos perderam sua cultura, sua liberdade e suas riquezas e fez crescer uma massa de afro-descendente na marginalização, isto é, à margem de uma sociedade formada no modelo civilizatório europeu.
A história mostra ainda que as transformações são inevitáveis, e devem atender aos anseios de uma sociedade que luta por direitos sociais, políticos e civis para todos, com igualdade.










17 de março de 2012

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS PARA O PROCESSO SELETIVO PREVUPE/2012


QUÍMICA 

· Substâncias e Misturas : separação de misturas
· Moderna Teoria Atômica: os números quânticos e distribuição eletrônica
· Ligações Químicas: iônica e covalente
· Soluções: título, concentração comum e concentração molar
· Termoquímica: variações de entalpia de uma reação e lei de Hess

HISTÓRIA 
· Feudalismo (idade média)
· Brasil República (Governo Collor)
· Brasil República (JK)
· Revolução Francesa – Transição da idade moderna para contemporânea
· Brasil – Década de 60 (música)

LÍNGUA PORTUGUESA 
·Compreensão e interpretação de textos,
· Funções da linguagem,
· Emprego das classes de palavras,
· Sintaxe da oração e do período,
· Pontuação,
· Concordância nominal e verbal,
· Regência nominal e verbal,
· Figuras de linguagem.


MATEMÁTICA 
· Função polinomial do I grau
· Função polinomial do II grau
· Progressão aritmética
· Análise combinatória
· Sólidos geométricos (poliedros)

FÍSICA 
· Cinemática Escalar
· Dinâmica
· Termologia

GEOGRAFIA 
· A Ciência Geográfica. O objeto de estudo da Geografia. Os métodos
análise da Geografia e os conceitos chaves.
· Alterações climáticas, efeito estufa, chuva ácida e camada de ozônio.
· A representação cartográfica dos fatos geográficos. As projeções cartográficas, as
escalas e os principais tipos de mapas.
· A dinâmica da população brasileira – A evolução do povoamento e os processos
migratórios. A estrutura da população.
· A urbanização no Brasil – A organização urbana e o papel das regiões metropolitanas.
Os principais problemas ambientais das grandes cidades brasileiras.

BIOLOGIA 
Bioquímica
· Água e Sais Minerais
· Carboidratos
· Lipídios
· Proteínas

· Ácidos Nucléicos
· Vitaminas
Citologia
· Membrana Plasmática
· Citoplasma e Organelas
· Divisão Celular
Histologia Animal
· Tecido Epitelial
· Tecido Conjuntivo
· Tecido Muscular
· Tecido Nervoso
A Classificação dos Seres Vivos
· Taxonomia
Vírus
· Características gerais
· Doenças
Os Cincos Reinos
Características gerais, anatomia e fisiologia, classificação e reprodução.
· Reino Monera
· Reino Protista
· Reino Fungi
· Reino Animalia
· Reino Plantae


8 de março de 2012

7 de março de 2012

5 de março de 2012

Revolução Pernambucana de 1817 - 06 de março


A Revolução Pernambucana do século XIX marca de forma efetiva os ideais de liberdade da então província de Pernambuco, no Brasil. Também conhecida como Revolução dos Padres, eclodiu em 06 de março de 1817. O que isso significa?
O Brasil era uma colônia de Portugal, viva sob a organização  política e econômica do governo português. As províncias criadas aqui no Brasil eram obrigadas a pagar altos impostos ao governo português, uma vez que o sistema colonialista se fundamentava num pacto colonial de exploração e pagamento de tributos à metrópole.
A população pernambucana estava insatisfeita com a cobrança de impostos que era obrigada a pagar por serviços que nem tinha acesso, como por exemplo o imposto sobre iluminação pública onde não existia energia. Somando-se a esse fator, o quadro de miséria e fome que assolava a população de Pernambuco, devido à queda do preço do açúcar, houve uma crescente influência das ideias iluministas.
As ideias revolucionárias se expandiram e formou um movimento com ideais de independência do Brasil e proclamação de uma República.
A Revolução tem início no dia 06 de março de 1817, liderada por Domingos José Martins, com o apoio de Antonio Carlos de Andrada e Silva e do Frei Caneca. Os revolucionários conseguiram conquistar Pernambuco e instalar um governo provisório que tinha como propostas básicas:
 a) proclamar a República;
b) abolir alguns impostos;
c) elaborar uma Constituição que estabelecesse a liberdade religiosa e de imprensa, bem como a igualdade de todos perante a lei.

Após dois meses de luta, as tropas portuguesas sufocaram o movimento e seus líderes foram condenados à morte.
A Revolução Pernambucana de 1817, conseguiu congregar religiosos, militares, intelectuais e populares em torno do ideal comum da emancipação política e do estabelecimento do governo republicano.
A atual bandeira de Pernambuco é a mesma que os revoltosos usaram em 1817.




O azul representa o céu pernambucano
O branco representa a paz
O arco-iris representa uma nova era
A estrela é Pernambuco iluminada pelo Sol do futuro
A cruz vermelha representa o Brasil como Ilha de Vera Cruz, primeiro nome do Brasil



A história dos Direitos Humanos - 1º Ano


Os Direitos Humanos são o resultado de uma longa história, e tem origem no conceito filosófico de direitos naturais, que seriam atribuídos por Deus. O início dessa caminhada se refere principalmente à religião, quando o Cristianismo afirma a igualdade dos homens numa mesma dignidade. Depois, várias correntes de pensamento inspiraram o atual sistema internacional de proteção dos direitos do homem.









4 de março de 2012

Povo Pankararu



Os povos indígenas emergentes são povos que num dado momento histórico pararam de se reconhecer como tal e que, a partir de um novo contexto histórico passaram a reafirmar essa identidade. O Nordeste abriga diversas comunidades indígenas. Caracterizados pelo fenômeno das emergências étnicas, os grupos indígenas na região vêm aumentando em número ao longo do século XX.
Segundo dados do IBGE - 2000, constata-se um total de 730 mil indígenas, sendo que 383.298 mil vivem em cidades, e 350 mil em áreas rurais.
A terra indígena Pankararu está localizada  entre os atuais municípios de  Jatobá, Petrolândia e Tacaratu, no sertão pernambucano, próximo ao rio São Francisco. Segundo Maurício Arruti (2008), não se sabe a origem precisa do aldeamento Pankararu. Há notícias que indígenas viviam selvagens no sertão de Pernambuco, sendo cristianizados no início do século XIX, por Frei Vital de Frescarolo, num lugar conhecido como Brejo dos Padres.
O toré legitima a identidade do índio Pankararu, configurando a expressão obrigatória da indianidade (Arruti, 1986). Os Pankararu se referem ao toré como "brincadeira de índio", podendo realizá-lo em festas religiosas ou profanas, dentro da aldeia ou em cidades, em locais reservados, como os terreiros, ou em locais públicos. Ensinar o toré significa "dar a semente" da aldeia, ensinar o caminho até os encantados.
O "praiá" é uma veste ou roupa, constituída de algumas peças: uma máscara ou "tunã" cobre todo o rosto e o corpo do dançador, feita da palha de caroá (croá); um saiote feito do mesmo material; uma coroa rodela de plumas, feita de penas de peru; um penacho feia de plumas que se encaixa num pequeno orifício no centro, em cima da máscara ou tunã; e uma cinta, um tecido colorido, normalmente tecido de chita estampado ou algum pano bordado com símbolo religioso. Ela é usada por um dançador, portando na mão direita o maracá. O dançador usa o praiá durante uma festa cerimonial, principalmente em homenagem a um feito milagroso, uma cura em geral.
Os encantados são entidades sagradas que habitam na natureza, são atributos de Deus, elas são entidades vivas, entendidas como ancestrais dos Pankararu que se encantaram, ou seja, passaram para o plano espiritual, porém sem passarem pela experiência da morte, portanto estão vivos no plano terrestre, habitando nas matas, na natureza, nas águas.
Os torés, enquanto músicas, são cânticos religiosos, onde se destacam Jesus, Deus, os encantados  e santos católicos. esse tipo de cânticos são geralmente cantados em português pelo cantador, como encerramento de um ritual, onde há participação coletiva.
Praticando a cultura em seus rituais, danças, cantos, os Pankararu louvam e agradecem a natureza pela sua beleza e sua riqueza diversa. E através das práticas dos rituais reafirmam sua identidade Pankararu.  
O povo Pankararu se orgulha de ser quem é, um ser intercultural, conhecer culturas diferentes sem perder sua originalidade.



Visitem estas páginas, para conhecer melhor o Povo Pankararu
http://www.indiosonline.net/a-musicalidade-e-cultural-do-povo-pankararu/

pib.socioambiental.org/pt/povo/pankararu/882


questoesindigenas.blogspot.com
www.ufpe.br/nepe/povosindigenas/pankararu.htm       

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