23 de novembro de 2013

Canada and New Zealand, receiving the sons of this land - aprendendo inglês para me comunicar com os intercambistas 2014 da EREMI



Nova Zelândia é um país localizado lá do outro lado do Oceano Pacífico, foi a última grande massa de terra a ser habitada por seres humanos. O Canadá é um país que ocupa grande parte da América do Norte. Estes foram os destinos escolhidos pelo Programa Ganhe o Mundo para os estudantes que fazem parte da Gerência Regional de Educação de Floresta. Dois países de língua inglesa que vão receber os filhos da nossa terra que passaram na seleção para o intercâmbio no exterior, os quais este blog tem o prazer de apresentá-los.

O primeiro grupo selecionado embarcará no início de 2014 para a Nova Zelândia, a data será marcada posteriormente, mas já estão arrumando as malas, já estão com passaportes nas mãos e muitas expectativas: 

"Enriquecer meus conhecimentos, fazer novas amizades, conhecer outras culturas, e além de tudo, saber respeitar o lugar do outro, independente de cor, raça ou religião. Tentar desfrutar da melhor forma possível dessa oportunidade e passar minha experiência para outras pessoas, ou até mesmo para os futuros intercambistas." (MARIANA MIRELLY)

O grupo da Nova Zelândia é formado por 4 estudantes: Joyce Andrade, Matheus Silva, Jorge Lucas e Mariana Mirelly. Esta é a primeira viagem internacional que têm oportunidade de fazer e para alguns parece que ainda estão sonhando:

"Eu ainda não acredito que irei fazer o intercâmbio, para mim a ficha só cairá quando eu já estiver lá. Eu sempre gostei de inglês mas nunca pensei que um dia ia aparecer uma oportunidade dessas. Espero me divertir muito e voltar com um inglês muito melhor!" (MATHEUS SILVA)

Aperfeiçoar o inglês, representar Pernambuco, mostrar o que temos de melhor está no desejo deste grupo:

"Estou muito feliz, esperei muito por isso, e agora, se der tudo certo, iremos representar Pernambuco." (JORGE LUCAS)

Depois de um ano de curso intensivo de inglês, os estudantes passam pela seleção para o intercâmbio onde as etapas de avaliação são eliminatórias, uma tensão após a outra, esperando a aprovação em cada prova seletiva. 

O segundo grupo é formado por Thales Henrique, Gilcirley da Silva e Caio Henrique. Estes embarcarão para o Canadá no período de janeiro a março para uma das maiores experiências de suas vidas no maior país da América do Norte. Inacreditável...

"Eu passei... ainda não caiu a ficha. Só em pensar que vou realizar meu maior sonho, chego a me arrepiar. Mas a melhor parte é ser visto com outros olhos por meu pai, porque agora eu sou um orgulho pra ele. E Canadá me aguarde, porque aí vou eu!" (THALES HENRIQUE)

Realmente, é de não acreditar. Um estudante de escola pública ter oportunidade em viajar, experimentar outros sabores, conhecer outras culturas, conviver em outros países. Muitos se inscreveram em todo o estado, mas as vagas são limitadas. Estes meninos foram selecionados entre 200 estudantes da GRE - Floresta para 5 vagas. É de dar orgulho a Jatobá!

"Quando vi meu nome em primeiro lugar na seleção pra fazer a prova de intercâmbio, comecei a acreditar que tinha potencial, mas não achei que entre mais de 200 inscritos eu seria um dos 5 escolhidos. Com isso percebi que posso conseguir o que quero, só basta me dedicar, estudar e acreditar." (CAIO HENRIQUE)

Todos são estudantes do 2ºano do Ensino Médio da Escola de Referência em Ensino de Itaparica, que acreditaram num sonho e estão prestes a realizar. Este blog parabeniza cada um, comemora essa vitória com os amigos e familiares e torce por vocês, para que possam representar o povo jatobaense no exterior.


22 de novembro de 2013

Tratando de preconceito com muita criatividade - texto que foi dramatizado na Semana da Consciência Negra na EREMI



UM CONTO DIFERENTE

Era um vez uma princesa que passeava pelo jardim... OPS,  não era uma princesa loira, dos olhos azuis, era uma princesa. negra.

''Oi Coelho, Olá Curujinha,Bom dia a Todos. Meu nome e Diamante negro e hoje vamos falar um pouco da nossa vida em uma sociedade racista: 
Sabe, toda vez que estou fazendo meu ''teatrinho'' tem sempre alguém dando risada, até na minha escolinha é sempre assim, quando chega na época das festas juninas, eu nem posso concorrer a princesinha do milho.
- Por que?
- Por que os meninos falam assim : '' olha o milho queimado''...
Já na minha escola a professora não deixa eu representar as princesas nem os outros personagens das fábulas, nunca pude fazer, a branca de neve...
E eu não posso fazer nem a  Emília do sitio do Pica-pau Amarelo,por os meninos falam assim...''olha a boneca da macumba. Outro dia na minha escola eu fui fazer a Rapunzel os meninos estavam falando assim ''joga o cipo Rapunzel''.
- Na minha escola a professora só quer que eu represente o personagens do folclore, o boi tata, a cuca...
- Sabe eu queria que tivesse uma historia para as criancinhas negras protagonizarem...mas não tem. Quer dizer tem..a Anastacia, mas é descendente de escravos,  e só sabe fazer bolos.
- Eu já fiz teste para varias propagandas mais eu não pego,só quem pega e uma menina que agora entrou na novela,ela se chama Clara Castanho, sabe por que? Por que ela é clara e ainda é castanho. na televisão,só passa os protagonistas que tem a cor clara, e tudo assim : Maria Clara, Sol,Cristal e ainda quando tem  uma novela que a protagonista é preta, a novela chamada Cor do Pecado. 
O preconceito é tão grande que até nos laboratórios eles preferem ratos brancos,e até parece que um ratinho preto não tem coração nem pulmão.
Por isso eu gosto da Walt Disney ,ele fez historia para coisas diferentes, já fez o patinho feio, a ratinha preta, ja fez até pro bambi...
- Um peixe chamado Nemo, por que ele era laranja e branco, aposto se fosse um peixe preto, se chamava Demo; tem até um tal de avatar e os bonequinhos são todos azuis, num tem um avatar preto , e se fosse preto ia chamar ''avatapar''.
As crianças negras não tem ícones infantis. Até os anjinhos, os anjinhos são todos brancos.
***São protetor das crianças, Deus de vontade celeste, conversa com o Walt Disney pra escutar minhas preces, ah meu anjinho da guarda, dai-me uma historia de luz e não de escravidão, que eu seja a protagonista  de uma historia de amor e nunca alvo de risada nem pelo meu cabelo ou pela minha cor.Amém.

(Ana Quezia - 3º Ano A)


18 de novembro de 2013

Não precisamos de um dia da consciência negra... mas de uma consciência humana – a face controversa desta "vã" filosofia.


É fato que a internet nos possibilita uma gama muito maior de informações com uma rapidez nunca antes imaginada. É fato, também, que esse espaço virtual é o espaço mais democrático que existe até agora, onde postamos o que é de nosso interesse, acessamos o que quisermos. E uma destas postagens me chamou a atenção esta semana pelo teor de crítica em relação ao dia da Consciência Negra, a qual classifico agora de filosofia “rasa”, sem fundamentação teórica, sem base histórica, de um pensamento que exprime a invisibilidade de questões não só raciais, como sociais, que o Brasil tentou esconder em todo o processo histórico.

O problema que permanece aqui é a ignorância (no restrito sentido da falta de conhecimento). O que conhecemos de realidades sociais e econômicas acerca da população negra? Conhecemos os dados de mortalidade infantil e materna juntamente com seus atenuantes na população negra? Sabemos dos dados da violência no Brasil onde a população negra é a mais atingida? Conhecemos o afunilamento do acesso ao ensino superior na população negra? A desproporção em relação à formação educacional? Nos informamos dos últimos dados em relação ao percentual de defasagem salarial entre negros e brancos no Brasil?

Podemos ajudar nesse sentido, já que a questão aqui é a formação de uma consciência humana: no último dia 13 foi divulgado o resultado de pesquisa feita pelo Dieese com dados levantados entre os anos de 2011 e 2012 e mostra um Brasil desigual e discriminador. A pesquisa denominada “Os negros no mercado de trabalho” mostra as disparidades de oportunidades e uma defasagem salarial grande. Dos negros trabalhadores, aproximadamente 27% não concluíram o Ensino Fundamental, onde o percentual é de 17,8% dos não negros; a mesma pesquisa mostra que os negros saem perdendo na batalha por melhores salários, e de acordo com o Dieese um trabalhador negro com nível superior é, em média R$ 17,39, por hora, enquanto um não negro chega a receber R$29,03, por hora.

Se elencarmos as situações que incidem historicamente sobre a população negra num país que concebeu como mão-de-obra barata, justificada pela condição de inferioridade racial e intelectual, uma população que só servia para o trabalho compulsório, esta postagem não teria fim.  Um grupo social relegado à exclusão e invisibilidade pelo Estado Brasileiro, por uma sociedade hipócrita e dissimulada que sempre negou a negritude. A tão sonhada liberdade que nunca aconteceu de fato e de direito, a busca pela equidade em todas as circunstâncias, vem levantando bandeiras de luta por todo o país.


O dia 20 de novembro é dia de luta contra atitudes, práticas preconceituosas e discriminatórias. É dia da Consciência Negra sim, porque somos um país de pretos e a maior parte desses pretos está fora das universidades, do mercado de trabalho, da assistência do Estado.

Não nada adianta filosofar sobre uma consciência humana, sentar à frente de uma televisão, assistir os noticiários que expõe essas desigualdades, e esperar que o Estado ou os outros resolvam essa questão. É hora de parar com a hipocrisia de uma democracia racial que não existe na prática, e fica só no discurso demagógico. É hora de conhecer a trajetória de uma população vítima de uma  falsa abolição com todas as suas lutas até a conquista de direitos.

O dia 20 de novembro é a data que marca na sua agenda a lembrança destas lutas! 






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